Fala, povo brasileiro!
Hoje é dia de votação do processo de impeachment da Presidente no Senado, prevista para as 19h, a qual rogo para que não seja infame como foi a votação realizada na Câmara dos Deputados (independentemente do resultado).
Por falar nisso, o Presidente Interino desta Casa, Deputado Waldir Maranhão, que assumiu o cargo após a queda do Presidente Eduardo Cunha, “anulou” a votação de 17 de abril há dois dias, sob o argumento – em parte do Ministro José Eduardo Cardozo, da Advocacia-Geral da União – de que teriam ocorridos vícios no processo.
Ocorre que a anulação não foi reconhecida pelo Senado, segundo o Presidente da Casa, Renan Calheiros, que determinou o prosseguimento do processo e a realização da votação de hoje. Pelo menos era isso o que prevalecia até a publicação deste post. Está difícil acompanhar tudo que anda acontecendo no País. O cenário político muda o tempo todo, na mesma temporada; a cada episódio, uma nova reviravolta.
Conforme o ótimo artigo de Gustavo Kahil, do qual tomei emprestado seu apropriado título para este post, “Até outro dia a novela política brasileira era – exaustivamente, aliás – comparada a ‘House of Cards‘, a série da Netflix em que o vice-presidente conspira pelo cargo mais alto da república. Mas a lista de protagonistas que podem ‘morrer’ a qualquer momento fez com que a comparação subisse alguns degraus na escala de sanguinolência“. Segundo o banco francês Natixis, “Na saga brasileira, assim como em Game of Thrones, não se apegue aos personagens“, pois eles morrem quando menos se espera (embora eu devesse esperar a morte de qualquer personagem interpretado por Sean Bean).
“A potencial falta de legitimidade caso o vice-presidente Temer assuma, um bombardeio nos tribunais sobre o processo contra a presidente Rousseff continua como uma possibilidade e mesmo um retorno ao estilo de Jon Snow do ex-presidente Lula não deve ser desconsiderado“, pondera o Natixis sobre quem ficará com o trono de ferro.
Daqui a algumas horas, saberemos mais (até que um próximo episódio faça tudo mudar de novo). O inverno está chegando.
Seria cômico, se não fosse trágico.
Vejamos as cenas dos próximos episódios. Ótimo post.
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Obrigado, Senhor Presidente.
Mas creio que podemos afirmar se tratar de uma tragicomédia. Certamente Frank Underwood anda se divertindo bastante com tudo que tem acontecido com nossa política tupiniquim:
5 vezes em que House of Cards tirou sarro da política brasileira | Superinteressante
Esta outra sátira também foi bem bolada:
Crash | House of Cards Brasil – A Reviravolta
Pensando bem, não esqueça House of Cards. A política brasileira inspira essa série, ainda que tenha incorporado elementos de Game of Thrones.
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Será que alguém dormiu direito, sem saber o final da série? Quando conferi ainda faltavam seis senadores para encerrar os discursos.
Infelizmente na Série Federativa não tem romance nenhum e os protagonistas se camuflam de bons moços a todo o momento.
O discurso de mágoa do Senador Fernando Collor foi o comparativo entre o processo de impeachment no seu governo e o atual. A diferença entre os períodos de análise e votação de ambos. Acontece que talvez em 1992 não houvesse tantos envolvidos e autoprejudicados como no impeachment da presidente Dilma. Veja a íntegra aqui.
O único ponto positivo do processo de impeachment foi o crescente interesse do povo pela política nacional. Só espero que isto se reflita nas próximas eleições.
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O Rei está morto. Longa vida ao Rei!
Noite de ontem até a madrugada de hoje acabar, em sessão que durou vinte horas e meia, o Senado aprovou o processo de impeachment da Presidente.
Dos 81 senadores da República, 78 se fizeram presentes. Destes, 55 votaram a favor e 22, contra. Para que o pedido fosse aceito era necessário maioria simples (quando o total de votos é maior que a metade do total de votos dos presentes, assim, no caso, bastariam 40 votos para aprovação do processo de impeachment).
Agora a Casa possui 180 dias para julgar as acusações contra Dilma Rousseff.
Para quem tiver muuuuuuuito tempo disponível (ou conseguir pular para as partes “boas”), segue o vídeo da votação do impeachment no Senado.
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